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[7º Ano] Cordel do Aprendiz


Resumo da aula

Neste sábado letivo,

Vamos hoje aprender

A fazer verso com rima

Para nunca mais perder

A estrutura de um cordel,

Sem caneta e sem papel,

Você agora vai entender.


“Começamos mais um ano 

Da forma que terminou 

O ano de vinte-vinte, 

Que dele ninguém gostou. 

Feche a escola! Vá pra casa!

O governo lhe ordenou” 


A estrofe anterior

Que mostrei para vocês 

É o cordel tradicional, 

Sextilha, por sua vez.

Contudo, desses seis versos,

A gente só rima três


O segundo, o quarto e o sexto

Rimam numa rima

Enquanto nos outros versos

Você fala sem dar nó,

Mas sempre com sete sílabas,

Pois a métrica não tem


Além disso tem a quadra,

Que como o nome já diz,

São apenas quatro versos,

Assim como essa que eu fiz.


Pode ter uma rima só,

Mas pode rimar também

Fazendo um vai e vem

Como você achar melhor


Como vocês podem ver,

O que vale é a poesia;

O conteúdo do verso

É o que nos traz alegria,

Mas antes de encerrar

Quero lhes apresentar

Mais um cordel neste dia:


No cordel de sete versos 

Você pode observar

Que eu escrevo só um tiquinho

Pra rima 1 começar

Então outro verso escrevo 

E na rima 2 eu devo 

Rimar sem desritmar.


No primeiro não tem rima, 

No segundo rima sim

No terceiro eu bato esteira 

Pra o quarto ficar assim

E rimando o quinto e o sexto,

Crio agora o contexto

Pra o sétimo chegar no fim


Assim é uma setilha, 

Que estrutura este cordel, 

Sete versos bem escritos 

Sem precisar de papel. 

Uma rima atrás da outra, 

Sem nenhuma ponta solta, 

Como faz um menestrel.


Cada linha é um verso, 

Cada verso fala um pouco

Sobre o que se quer falar

Sem precisar ficar rouco, 

Pois gritar não é preciso, 

Só precisa ter juízo 

Pra rimar sem ficar louco. 


Cordel pode contar histórias 

De princesas encantadas, 

De animais muito ferozes 

Ou de grandes presepadas, 

Pode falar de heróis, 

Mas também falar de nós, 

Em suas histórias cruzadas. 


O cordel é um texto escrito 

Pra ser lido em voz alta, 

Recitado sobre um palco 

Sob as luzes da ribalta. 

Assim faz o cordelista, 

Se apresenta como artista, 

Quando a rima não lhe falta. 


Às vezes traz verso pronto, 

Às vezes faz de repente. 

Com o assunto que lhe é dado, 

Cria tudo em sua mente. 

Nesse caso o cordelista 

Passa a ser um repentista, 

Respeitado em nossa gente. 


Quem escreve um cordel, 

Escreve uma poesia,

Conta as sílabas, usa a métrica, 

Faz rima com maestria, 

Assim fiz esse cordel, 

Pra você, Serra do Mel, 

Que me traz essa alegria.


Terra do mel e do caju, 

De mulher linda e cheirosa, 

De uns cabras atimotados

De gente boa de prosa, 

Que embaixo de um cajueiro 

O dia passa ligeiro 

Com essa brisa gostosa.


DEVER DE CASA


Para o cordel aprender

Você deve praticar

Agora é com você

É sua hora de criar

Quadra, sextilha e setilha

Para entrar na minha cartilha

Você deve me mostrar

Material extra

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